LGPD na pesquisa de mercado: o que muda e como se adaptar às novas regras?

LGPD

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), inspirada no Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) europeu, tem como objetivo salvaguardar os direitos fundamentais de privacidade e liberdade das pessoas no que diz respeito ao tratamento de seus dados pessoais.

As transformações decorrentes dessa legislação impactam diversos setores, incluindo o mercado de pesquisa, demandando a conformidade com as normas estabelecidas.

No post de hoje, exploraremos tudo sobre a LGPD na pesquisa de mercado, abordando as mudanças e oferecendo insights sobre como se adaptar às novas regras. Boa leitura.

Como funciona a LGPD?

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), representada pela Lei 13.709/19, marca um avanço significativo na regulamentação do tratamento de informações pessoais no Brasil. Seu principal propósito é conferir maior poder aos consumidores e às pessoas que estão sendo objeto de pesquisas, garantindo-lhes o controle sobre suas próprias informações.

Um ponto crucial da LGPD é a exigência de consentimento explícito por parte do usuário. Portanto, caso o usuário concorde com o compartilhamento de seus dados, essa permissão deve ser concedida de maneira consciente, voluntária e informada. As companhias não podem mais presumir o consentimento por inação ou utilizar estratégias obscuras para obter autorização.

Ademais, a legislação estabelece punições rigorosas para o descumprimento de suas diretrizes. Multas e outras sanções podem ser aplicadas em caso de uso inadequado de dados pessoais.

 Os princípios da LGPD

A normativa adere a um conjunto de princípios essenciais para a compreensão da proteção de dados, os quais incluem:

  • Finalidade: O tratamento das informações pessoais deve seguir propósitos legítimos, específicos e claramente informados;
  • Adequação: Os dados coletados devem ser compatíveis com os objetivos pretendidos;
  • Necessidade: A coleta de dados deve se limitar ao essencial, evitando a obtenção de informações irrelevantes para a finalidade do tratamento.
  • Livre acesso: Os usuários têm o direito de acessar livremente a relação de seus dados coletados e compreender como estão sendo tratados.
  • Qualidade dos dados: É crucial manter os dados sempre atualizados, assegurando a veracidade das informações;
  • Transparência: Compromisso com a clareza, precisão e veracidade das informações em todo o processo;
  • Segurança: Garantir a proteção dos dados em todas as circunstâncias, certificando-se de medidas efetivas de segurança;
  • Prevenção: Adotar medidas preventivas para evitar danos decorrentes do tratamento de dados, em vez de apenas remediar situações já ocorridas;
  • Não discriminação: Evitar o uso discriminatório ou abusivo de dados sensíveis;
  • Responsabilização e prestação de contas: Provar e evidenciar o cumprimento da lei, demonstrando a responsabilidade na gestão e tratamento dos dados.

Quais são os dados protegidos pela LGPD?

Entre os dados protegidos pela LGPD, encontramos os elementos mais básicos, como nome, sobrenome, e-mail, além de informações mais sensíveis, como números de documentos e cartões de crédito, dados bancários e informações médicas. A legislação também estende sua proteção a dados relacionados à localização e endereço de IP, reconhecendo a importância de salvaguardar não apenas quem somos, mas também onde estamos na vastidão digital.

Os “testemunhos de conexão”, conhecidos como cookies, também são contemplados pela LGPD. Refletindo a crescente relevância desses arquivos na coleta de informações sobre os hábitos de navegação, tornando capital a regulação para garantir a transparência e o consentimento adequado dos usuários.

A LGPD vai além, estendendo sua proteção aos dados pessoais sensíveis, reconhecendo a delicadeza dessas informações: origem racial, opinião política, filiação a sindicato, convicção religiosa, dados referentes à saúde, vida sexual, são exemplos desses dados sensíveis.

Essa proteção visa prevenir discriminações e garantir que a coleta e o tratamento delas sejam realizados com o máximo de cuidado e consentimento informado.

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Como adaptar a LGPD na pesquisa de mercado

Adaptar a LGPD na pesquisa de mercado requer a implementação de estratégias específicas para garantir conformidade e proteção eficaz dos dados, tais como:

1. Revisão de políticas e procedimentos

Inicie revisando e atualizando suas políticas de privacidade e procedimentos de coleta de dados. Certifique-se de incluir informações claras sobre o propósito da pesquisa, o uso dos dados e obtenção de consentimento.

2. Treinamento da equipe

Eduque sua equipe sobre as nuances da LGPD e a importância de seguir as práticas adequadas de proteção de dados. Isso é crucial para garantir que todos os envolvidos na pesquisa compreendam e cumpram as regulamentações.

3. Tecnologia e segurança

Avalie e fortaleça suas medidas de segurança de dados. Considere investir em tecnologias que garantam a segurança durante a coleta, processamento e armazenamento de dados, minimizando o risco de violações.

4. Mapeamento de dados

Realize uma análise abrangente para mapear o fluxo de dados em sua pesquisa de mercado. Isso ajudará a identificar áreas de risco e garantir que todas as etapas estejam em conformidade com a LGPD.

5. Consentimento informado

Desenvolva processos claros para obter o consentimento dos participantes da pesquisa. Certifique-se de que as informações sejam compreensíveis e incluam detalhes sobre como os dados serão usados.

Considerações finais

No contexto dos princípios estabelecidos pela LGPD, que delineiam um conjunto robusto de diretrizes para fortalecer a proteção dos dados pessoais e fomentar uma cultura de transparência e responsabilidade no ambiente digital, as empresas de pesquisa de mercado têm a oportunidade de consolidar a confiança dos participantes e aprimorar suas práticas.

Ao adotar uma abordagem centrada na privacidade, as organizações não apenas cumprem as exigências legais, mas também cultivam relacionamentos mais sólidos com seus públicos-alvo.

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